Sexto Empírico e os Quatro Pilares da Vida Cética, por Rodrigo Pinto de Brito

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Rodrigo Pinto de Brito é professor do Departamento de Filosofia da UFF.
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Resumo

O problema talvez mais clássico e recorrente quanto ao ceticismo concerne à sua viabilidade prática, fundamental para Sexto Empírico para quem a finalidade de toda a argumentação da “escola cética” é a obtenção da imperturbabilidade. No sentido então de rebater os que acusam o cético de incorrer em apraxía, Sexto em P.H. I xi discorre sobre o ‘Critério do Ceticismo’ demonstrando as particularidades do critério cético em oposição aos critérios dogmáticos. Para Sexto, o critério cético é estritamente fenomênico e conduz a uma vida que é balizada por quatro pilares: (a) ser guiado pela natureza; (b) ser constrangido pelas paixões; (c) na observância das leis e costumes da cidade; (d) instrução nas artes. Sobre isto trata este trabalho.

Palavras-Chave

P.H. I xi, critério, apraxía, quatro pilares da vida cética

Abstract

The problem perhaps more classic and recurrent as to the skepticism relates to its practical viability, fundamental to Sextus Empiricus for whom the finality of the whole argumentation of “skeptical school” is the obtainment of imperturbability.Then in order to controvert those who accuse the skeptic of incurring in apraxia, sextus in P.H. I xi discusses the ‘criterion of Skepticism’ demonstrating the particularities of the skeptical criterion as opposed to dogmatic criteria. For Sextus, the skeptical criterion is strictly phenomenical and leads to a life that is beaconed by four pillars: (a) be guided by nature, (b) be constrained by passions, (c) in compliance with the law and customs of the city, (d) instruction in the arts. About this, treats this work.

Key Words

P.H. I xi, Criterion, Apraxia, Four pillars of the skeptical life

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I- Introdução:

Investigar as histórias dos ceticismos, Pirrônico ou Acadêmico, é sempre instigante. Lidamos, inicialmente com um período bastante abrangente de cerca de quinhentos anos, de Pirro (c. 365 – c. 270 a.C) a Sexto Empírico (acme c. 200 d.C.) com importantes variações quanto a fundamentação teórica do ceticismo. Além disso, é impossível compreender qualquer uma das grandes filosofias do período helenístico sem uma perspectiva dialética que leve em conta os movimentos de expansão e retração destas filosofias como reação de ataque e defesa diante das filosofias antagonistas. De fato, este é o momento de uma disputa, talvez a mais acirrada de toda a filosofia antiga, quando importantes argumentos e conceitos foram colocados pela primeira vez, bem como pela primeira vez há a hegemonia de filosofias que poderíamos anacronicamente considerar empiristas.

Considerando então o ceticismo, notadamente o Pirrônico que é nosso objeto aqui, sob a perspectiva do debate, temos a forte acusação que se tornou endêmica após a retomada do ceticismo no período Moderno de que o ceticismo torna a vida impossível. É impossível não recordar-se de Hume em conexão com este problema, contudo ele não foi pioneiro nas críticas de que não é possível viver sendo cético (apraxía) e que, portanto, o cético se refuta ao viver e ao defender o ceticismo porque faz da sua filosofia mais um dogmatismo apenas.

As acusações de apraxía – vale recordar que Sexto nunca usa esta palavra, mas uma outra equivalente: a) inatividade[1] – aparecem conectadas aos ceticismos em todas as suas diferentes fases, desde os relatos da vida de Pirro[2] ao debate Academia X Stoa[3], nos ateremos aqui, contudo, à recepção da crítica por Sexto Empírico e sua defesa notadamente em  P.H. I xi. Passemos à análise deste trecho.

II- Lendo P.H. I xi 21- 23:

‘Esboços Pirrônicos’ é, como indica o nome, um esboço geral do Pirronismo dividido em três livros. O primeiro deles é uma fundamentação da ‘escola cética’ conforme a tradução de R. G. Bury. O capítulo xi é um dos mais importantes para esta fundamentação, e nele encontramos vários elementos da filosofia cética sextiana entrecruzados. Em termos epistemológicos, há a discussão acerca do critério que, inclusive, nomeia o capítulo (“Do Critério do Ceticismo”). Sexto nos diz que:

A palavra “Critério” é usada em dois sentidos: em um significa “o padrão regulador da crença na realidade ou irrealidade,” (e isto deveremos discutir em nossa refutação); no outro denota o padrão de ação conforme o qual, na conduta da vida, realizamos algumas ações e abstemo-nos de outras; e é do último que estamos agora falando. (P.H I xi 21-22).

Sexto discrimina dois significados de critério, um estritamente epistêmico que serve como padrão para conhecimento e crença e outro epistêmico-prático que serve como padrão para a conduta. Para o sentido estritamente epistêmico Sexto reserva um outro momento para discussão, ou melhor, refutação. De fato, a refutação do critério neste sentido é melhor desenvolvida em P.H. II 13 ff. e M VII 26 ff.[4] Nos ateremos ao critério de conduta que em P.H. I xi é o ponto de partida de Sexto para a demonstração de que a ‘escola cética’ tem um critério que é a adesão às aparências:

O critério, então, da Escola Cética é, dizemos, a aparência, dando este nome ao que é virtualmente a apresentação sensível. Pois, tendo em vista que esta fundamenta-se em sentimento e afecção voluntária, não está aberta a questionamentos. (P.H. I xi 22).

Chegamos ao passo em que Sexto oferece-nos uma definição do critério cético como aparência, de modo que o ponto de partida para a redundância estritamente prática do critério cético que Sexto pretende fundamentar é epistêmico e reside em uma espécie de fenomenismo que é, por sua vez e não obstante todas as metamorfoses do ceticismo até Sexto, sua marca registrada desde Pirro, embora de uma forma não tão bem fundamentada e um tanto precária.  Então, tentando ser mais claro agora, o critério prático para ação é extraído da adesão aos fenômenos, que é o mesmo que dizer que o cético age de acordo com os fenômenos.

Deve-se adicionar que a filosofia suspensiva cética obedece a uma certa metodologia, expressa sob a forma de um esquema cético[5] composto pelas seguintes etapas ( P.H. I xii 25- 30):

Zétesis (investigação ou busca) à Diaphonia (discrepância ou discordância) à Isosthenia (eqüipolência ou igual força lógica à Epoché (suspensão do juízo ou retenção do assentimento) à Ataraxía (quietude ou, melhor por conservar o prefixo de negação, imperturbabilidade).

Primeiramente, ao defrontar-se com uma questão, o cético investiga. Esta investigação consiste em uma busca por respostas ou evidências, e ao prosseguir e aprofundar-se na busca o cético perceberá que há diferentes teses sobre a questão que investiga. Estas teses são iguais e contrárias e têm igual peso lógico, diante disso o cético mergulha em aporia e retém o assentimento. Ao fazer isto ele livra-se da necessidade de aderir a uma teoria qualquer sobre a questão investigada e livra-se da aflição, atinge a imperturbabilidade.

Esta imperturbabilidade, originalmente, assim como a tradução definida negativamente, também é definida negativamente. De modo que a ataraxía é qualificada também como o estado em que o cético toma uma postura de aphasía (não-asserção), ele se torna adoxástos (sem crenças). Contudo, tornar-se sem crenças não faz do cético inativo por não ter critérios para ação, tornar-se sem crenças é resultado da aplicação da atitude suspensiva que atinge tão somente proferimentos assertóricos – teoréticas filosóficas, teses científicas e crenças cotidianas muito arraigadas. Ou seja, os fenômenos e as afecções por eles causadas não são objetos da suspensão cética. Quanto a eles, somente suspende-se acerca de teoréticas que pretendam discuti-los. Para os céticos, a adesão aos fenômenos e às afecções é coercitiva, tentar evitá-los como se deles não proviesse verdade é um tipo de dogmatismo negativo que Sexto Empírico evita[6], para ele os fenômenos não estão abertos à discussão e por isso fornecem o único critério seguro e indiscutível, e que assim foge a todas as diafwni/ai, mesmo as suscitadas pelo próprio ceticismo:

… ninguém, suponho eu, disputa que um objeto subjacente tenha esta ou aquela aparência; o ponto em disputa é se o objeto é em realidade tal qual parece ser. (P.H. I xi 22-23).

Para Sexto Empírico o pensamento de que o cético vive pelas aparências, e que estas não estão abertas à discussão, basta como resposta à acusação de apraxía e faz com que a vida cética seja não só desejável, por consistir em uma possibilidade sólida de superação das inquietações causadas pela adesão a teorias dogmáticas que não podem oferecer uma imperturbabilidade definitiva por que são parciais e incompletas, mas também viável, de fato a mais viável por redundar ainda em uma vida comum cuja viabilidade é atestada contínua, diária e terminantemente.

III- Lendo P.H. I xi 23- 24:

De fato, para Sexto, o cético ‘vive (-mos) de acordo com as regras normais da vida, sem dogmatizar, tendo em vista que não pode (-mos) permanecer totalmente inativo(-s) (P.H. I xi 23).’ O que se poderia considerar estranho aqui é o pensamento de que há ‘regras normais da vida’, quando sabemos que as regras são convencionais e que então os padrões de normalidade também são convencionais. Sabemos disso, também sabiam os sofistas, Sócrates e Platão quando da velha discussão nomos X physis. Também sabem disso os céticos conforme vastamente documentado na discussão sobre os modos de Enesidemo (P.H. I xiv). Mas Sexto Empírico ao falar em ‘regras normais da vida’ está falando explicitamente em convenções, o cético sextiano é alguém que segue as convenções de sua pólis, sabe do seu caráter convencional, mas não as questiona porque sua meta filosófica, a imperturbabilidade, quando atingida o torna semelhante a um homem comum e como tal ele segue um esquema quádruplo para a condução da vida, assim como parecem seguir os homens comuns.

E isso significa que esta regulação da vida é quádrupla, e que uma parte dela reside no guiamento pela Natureza, outra no constrangimento das paixões, outra na tradição das leis e costumes, outra na instrução das artes. (P.H. I xi 23-24).

Antes de passarmos a uma análise mais acurada das palavras de Sexto, convém retornarmos um pouco na discussão e lembrarmos que, se a acusação de que o cético propõe uma vida que não pode ser vivida na prática já era feita na época do próprio Pirro, também surge na mesma época uma tradição doxográfica apreciativa em que Pirro é retratado como homem exemplar. Sem entrarmos no mérito da relevância pedagógica e disputativa que as biografias de filósofos tinham no período helenístico, demos uma olhadela em alguns fragmentos encomiásticos sobre a ‘Vida de Pirro’ em que ele vivia uma vida bastante comum e que aparecem conectados aos quatro pilares da vida cética conformes pensados cerca de quinhentos anos depois por Sexto Empírico:

1° pilar: a natureza por guia:

… na vida cotidiana não lhe faltava (a Pirro) a precaução. Pirro viveu até os noventa anos. (Enesidemo[7] e Antígono de Caristo[8] em Diógenes Laércio, ‘Vidas e Doutrinas dos Filósofos Ilustres’ [9] IX 62)

2° pilar: a coerção das paixões:

em outra ocasião ficou agitado pela investida de um cão, e replicou a quem o censurou que era difícil desvencilhar-se inteiramente da debilidade humana… (Antígono de Caristo e Eratóstenes de Cirene[10] em D.L. IX 66).

3° pilar: o cético conserva a piedade:

Respeitavam-no tanto em sua pátria que foi eleito sumo sacerdote. (Timão[11], Nausífanes[12], e Antígono de Caristo em D.L. IX 64).

4° pilar: o cético é ativo em alguma techné:

Pirro dedicou-se inicialmente à pintura e foi discípulo de Bríson… (Antígono de Carystus em D.L. IX 62): “…a princípio o filósofo viveu ignorado, sendo pobre e dedicando-se à pintura, e que no ginásio atlético de Elis conservam-se algumas figuras portando archotes pintadas por ele, obra medíocre.”[14] (Apolodoro[13] em D.L. IX 61).

Sem nos determos demasiadamente neste ponto, apesar da descontinuidade do ceticismo de Pirro a Sexto, há algumas características que se mantêm, entre elas: o fenomenismo como critério prático em resposta à crítica da apraxía e que talvez tenha adquirido com o tempo o caráter de fundamento de uma regra sistemática para a conduta da vida, de acordo com os costumes de qualquer cidade ou povo, não importa qual seja ou qual convenção siga.

Voltando a Sexto, eis a importância dos quatro pilares:

O guiamento da Natureza é a maneira pela qual somos naturalmente capazes de sensações e pensamentos; o constrangimento das paixões faz com que a fome nos leve a comer e a sede a beber; a tradição dos costumes e leis é a maneira pela qual consideramos a piedade na conduta da vida como boa, mas a impiedade como um mal; a instrução das artes é a maneira de não nos fazermos inativos nas artes que adotamos. Mas fazemos todos estes proferimentos não dogmaticamente. (P.H. I xi 24-25).

IV- Lendo P.H. I xi 24- 25:

Consideremos, agora, com mais cuidado o trecho acima.

1° –

O guiamento da Natureza é a maneira pela qual somos naturalmente capazes de sensações e pensamentos…

Aqui, atentamos para o trecho, traduzido por R. G. Bury, como “naturalmente (…) sensações e pensamentos”, onde fysikôs pode ser lido, ao invés de “naturalmente” como “por natureza”, aisthétikoi persiste como “sensações”. Mas “pensamentos”entendidos como notikoi vinculados aos outros conceitos aqui pode produzir a seguinte interpretação: “Somos capazes de sentir e de pensar em conformidade com a natureza.”[15]

2°-

…o constrangimento das paixões faz com que a fome nos leve a comer e a sede a beber…

Aqui, atentamos para o trecho, que é traduzido por R.G. Bury como “constrangimento das paixões”, que pode ser lido como ressaltando o caráter coercitivo das afecções, assim o cético agiria de acordo com estas afecções, já que são coercitivas. De modo que, para o trecho podemos produzir a seguinte interpretação: “Somos levados a comer e a beber por que as afecções nos são coagidas”.[16]

Este trecho é diretamente conectado com uma outra passagem:

Das coisas que ocorrem, não por causa de uma distorção da mente ou da crença insana mas, de acordo com uma afecção involuntária do sentido, é impossível desvencilhar-se delas através do argumento Cético; assim, em um homem angustiado por causa de fome ou sede, não é possível implantar, através dos argumentos Céticos, a convicção de que ele não está angustiado, e, no homem que está regozijado por estar livre destes sofrimentos, não está em seu poder implantar a crença de que ele não está regozijado. (M XI 148- 150).

Cabe ressaltar que para o cético, se não é possível livrar-se das angústias causadas pelos anseios corporais, poderíamos afirmar que a ataraxía perfeita é inatingível para um ser humano, então os céticos decidem-se pela metriopátheia:

… pessoas comuns são afligidas por duas circunstâncias,– nomeadamente, pelas afecções e, em não menos grau, pela crença de que estas condições são ruins por natureza,– o cético, pela sua rejeição da crença adicional sobre a natural maldade de todas estas condições, escapa aqui também com menos desconforto. Assim, dizemos que quanto a questões de opinião, o objetivo cético é a quietude, quanto a coisas inevitáveis é a “afecção moderada”. (P.H. I 30).

E ainda :

… o cético, vendo tão grande variedade de usos, suspende o juízo quanto a existência natural de algo bom ou ruim, ou (em geral) legítimas ou ilegítimas de serem feitas, aí abstendo-se da temeridade dogmática; e ele segue não-dogmaticamente as regras ordinárias da conduta da vida, e por causa disso ele permanece impassível quanto a questões de opinião, enquanto que em condições em que é necessário ele modera suas emoções; pois, embora como um ser humano ele sofra emoções advindas pelos sentidos, tendo em vista que ele não opina que o que ele sofre seja mau por natureza, a emoção que ele sofre é moderada. (P.H. III 235- 236).

Assim, a inquietação será bastante moderada se o sujeito estiver livre do elemento adicional da crença que problematiza sobre a aquisição de comida e bebida.

3°-

…a tradição dos costumes e leis é a maneira pela qual consideramos a piedade na conduta da vida como boa, mas a impiedade como um mal…

Este trecho corrobora nossa interpretação de que o ceticismo consiste em uma terapia que objetiva a cura dos males dogmáticos (presunção e precipitação) e propicia o recolhimento do sujeito que, após longa pesquisa filosófica, livra-se definitivamente, e não provisoriamente, de toda inquietude causada pela adesão a todo juízo teorético, este é o objetivo último do purgante cético.

O homem passaria a viver de acordo com os ditames da natureza, aceitando a coerção imposta pelas sensações e vivendo, definitivamente, como um homem comum. Ele não cultiva a reflexão filosófica, nem a mais simples e nem a mais escalafobética. Em vez disso, conserva-se ativo ao exercer uma profissão, participar das coisas da cidade e preservar a piedade. Como podemos ver no quarto pilar que é nosso desfecho:

4°-

…a instrução das artes, é a maneira de não nos fazermos inativos nas artes que adotamos.

Anexo: P.H. I xi[17]

Que aderimos às aparências está claro pelo quê dizemos sobre o Critério da Escola Cética. A palavra “Critério” é usada em dois sentidos: em um significa “o padrão regulador da crença na realidade ou irrealidade,” (e isto deveremos discutir em nossa refutação); no outro denota o padrão de ação conforme o qual, na conduta da vida, realizamos algumas ações e abstemo-nos de outras; e é do último que estamos agora falando. O critério, então, da Escola Cética é, dizemos, a aparência, dando este nome ao que é virtualmente a apresentação sensível. Pois, tendo em vista que esta se fundamenta em sentimento e afecção voluntária, não está aberta a questionamentos. Conseqüentemente, ninguém, suponho eu, disputa que um objeto subjacente tenha esta ou aquela aparência; o ponto em disputa é se o objeto é em realidade tal qual parece ser.

Aderindo, então, às aparências vivemos de acordo com as regras normais da vida, sem dogmatizar, tendo em vista que não podemos permanecer totalmente inativos. E isto significa que esta regulação da vida é quádrupla, e que uma parte dela reside no guiamento pela Natureza, outra no constrangimento das paixões, outra na tradição das leis e costumes, outra na instrução das artes. O guiamento da Natureza é a maneira pela qual somos naturalmente capazes de sensações e pensamentos; o constrangimento das paixões faz com que a fome nos leve a comer e a sede a beber; a tradição dos costumes e leis é a maneira pela qual consideramos a piedade na conduta da vida como boa, mas a impiedade como um mal; a instrução das artes é a maneira de não nos fazermos inativos nas artes que adotamos. Mas fazemos todos estes proferimentos não dogmaticamente.

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[1] Ver Sexto Empírico ‘Contra os Éticos’ XI 162- 166. A obra de Sexto é composta por (i) Esboços Pirrônicos. Que se divide em três livros; (ii) Contra os Professores, ou Adversos Mathematicos. Composto por seis livros, respectivamente: Contra os Gramáticos; Contra os Retóricos; Contra os Geômetras; Contra os Aritméticos; Contra os Astrólogos; Contra os Músicos. (iii) Contra os Dogmáticos, ou Adversus Dogmáticos. Composto por cinco livros, respectivamente: Contra os Lógicos, em dois livros; Contra os Físicos, em dois livros; Contra os Éticos. Doravante, respectivamente, de acordo com o índice de Janácek: P.H., M I a VI, e, à parte as pertinentes críticas de Barnes, M VII a XI.

[2] Para mais ver o ótimo trabalho de GAZZINELLI, G. G. ‘A Vida Cética de Pirro’, que contém uma tradução igualmente ótima da ‘Vida de Pirro’ de Diógenes Laércio.

[3] Ver STRIKER, G. ‘Sceptical Strategies’. In: Doubt and Dogmatism. Também posteriormente republicado em STRIKER, G. ‘Essays on Hellenistic Epistemology and Ethics’.

[4] Em conexão com a discussão contemporânea em torno deste significado de ‘critério’ ver BRUNSCHWIG, Jacques. O Problema da herança Conceitual no Ceticismo: Sexto Empírico e a Noção de Kritérion. In: Estudos e Exercícios de Filosofia Grega. São Paulo: Edições Loyola, 2009.

[5] Que também é traduzida por R. G. Bury como ‘escola cética’.

[6] Ver P.H. I i.

[7] Filósofo cético originalmente pertencente à Academia e que, ao rebelar-se revive ou funda o Pirronismo (c. I a.C.).

[8] Biógrafo com tendências literárias que escreveu vidas de filósofos a ele contemporâneos. Manteve estreito laço com a Academia em fase cética sob Arcesilao (295-240 a.C.)

[9] Doravante, D.L.

[10] Filólogo, diretor da Biblioteca de Alexandria, escreveu uma história da filosofia e foi discípulo da Academia em fase cética sob Arcesilao e também do estóico Aristón de Quios (275-194 a.C.)

[11] Discípulo direto de Pirro, escreveu obras satíricas (320-230 a.C.)

[12] Filósofo atomista, discípulo direto de Pirro e mestre de Epicuro (c. 360 a.C.)

[13] Discípulo de Aristarco de Cirene, escreveu uma cronologia das escolas filosóficas (184-144 a.C.).

[14] Para mais sobre as datas e a importância das fontes acima citadas ver  GAZZINELLI, G. G. ‘A Vida Cética de Pirro’.

[15] Eu arriscaria ainda, por exercício meramente interpretativo, sem de fato propor uma tradução diferente: “Somos capazes de sentir e de pensar só e somente se e sobre o que está em conformidade com a natureza.”

[16]  Eu acrescentaria, ainda por mero exercício interpretativo: “Somos levados a comer e a beber por que as afecções nos são coagidas e diante delas somos passivos.

[17] À partir da tradução para o inglês de R.G. Bury, em “EMPIRICUS, Sextus. Outlines of Pyrrhonism. Nova Iorque: Prometheus Books, 1990.”