The London Literary Gazette: a Weekly Journal of Literature, Science, and the Fine Arts. 1817, Volume 1, p.279.
It is impossible for me, dear madam, to express the difficulty with which I have to bear you absence, and the continual want which I feel of your society. I had accustomed myself, of a long time, to think of you as a friend from whom I was never to be separated during any considerable time; and I had flattered myself that we were fitted to pass our lives in intimacy and cordiality with each other. Age and natural equality of temper were in danger of reducing my heart to too great indifference about everything. It was enlivened by the charms of your conversation, and the vivacity of your character. Your mind, more agitated both by unhappy circumstances in your situation and by your natural disposition, could repose itself in the more calm sympathy which you found with me.
But behold! three months are elapsed since I left you; and it is impossible for me to assign a time when I can hope to join you. I still return to my wish that I had never left Paris, and that I had kept out of reach of all other duties, except that which was so sweet, and agreeable to fulfil, the cultivating of your friendship and enjoying your society. Your obliging expressions revive this regret in the strongest degree; especially where you mention the wounds which, though skinned over, still faster at the bottom.
Oh! my dear friend, how I dread that it may still be long ere you reach a state of tranquillity, in a distress which so little admits of any remedy, and which the natural elevation of your character, instead of putting you above it, makes you feel with greater sensibility. I could only wish to administer the temporary consolation, which the presence of a friend never fails to afford… I kiss your hands with all devotion possible.
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É impossível para mim, cara senhora, expressar a dificuldade que tenho de suportar sua ausência, e o desejo contínuo que sinto de sua sociedade. Havia me acostumado, há um longo tempo, a pensar em você como uma amiga de quem jamais me separaria por qualquer quantidade considerável de tempo; e havia me lisonjeado de que éramos feitos para passar nossas vidas em intimidade e cordialidade um com o outro. A idade e a igualdade natural de temperamento estavam ameaçando reduzir meu coração à indiferença demasiadamente grande sobre tudo. Ele foi animado pelos encantos da sua conversa e pela vivacidade do seu caráter. Sua mente, mais agitada, tanto pelas circunstâncias infelizes de sua situação, quanto por sua disposição natural, pôde repousar na simpatia mais calma que encontrou comigo.
Mas veja! três meses se passaram desde que eu a deixei, e é-me impossível determinar um tempo em que possa esperar estar com você. Ainda retorno ao meu desejo de que nunca houvesse deixado Paris, e que me houvesse mantido fora do alcance de todas as outras tarefas, exceto daquela tão doce e agradável de cumprir, o cultivo de sua amizade e o desfrutar de sua sociedade. Suas expressões de gratidão reanimam esse arrependimento no mais forte grau; especialmente quando menciona as feridas que, embora cicatrizadas, ainda doem no fundo.
Oh! minha cara amiga, como temo que ainda pode demorar muito até você chegar a um estado de tranquilidade, numa angústia que tão pouco admite de qualquer remédio, e que a elevação natural de seu caráter, ao invés de colocá-la acima dela, a faz sentir com maior sensibilidade. Eu só poderia querer administrar o consolo temporário que a presença de um amigo nunca deixa de prover … Eu beijo suas mãos com toda a devoção possível.
Tradução: Paula Pimenta Velloso